Vícios e Compulsões: Entenda a Diferença e Saiba Como Buscar Ajuda

Vícios e Compulsões: Entenda a Diferença e Saiba Como Buscar Ajuda

Nos últimos anos, o tema vícios e compulsões tem ganhado cada vez mais atenção — não apenas em relação ao álcool e outras drogas, mas também envolvendo jogos de azar, redes sociais, compulsão alimentar e muitos outros comportamentos. Apesar de diferentes, todos esses casos têm algo em comum: o funcionamento do nosso cérebro e a forma como buscamos prazer ou alívio emocional.

Hábitos Saudáveis x Comportamentos Compulsivos

Antes de falar de vício, é importante entender que criar hábitos é algo natural e saudável. Quando fazemos algo que nos dá prazer, nosso cérebro libera dopamina — o neurotransmissor responsável pela sensação de recompensa. É esse sistema que nos motiva a praticar exercícios, trabalhar, comer, nos relacionar e até aprender coisas novas.

O problema começa quando esse comportamento deixa de ser apenas saudável e passa a ser uma forma de compensar angústia, ansiedade ou buscar um prazer exagerado.

Por exemplo:

  • Tomar uma xícara de café pela manhã pode ser algo prazeroso e motivador.
  • Mas, se às 9h da manhã você já tomou cinco ou seis xícaras seguidas, é possível que esteja tentando compensar uma ansiedade ou a crença de que precisa ser mais produtivo.

O mesmo vale para outros comportamentos, como a sexualidade. Relações sexuais e masturbação fazem parte da vida saudável, mas quando a necessidade se torna repetitiva, intensa e gera problemas na vida social ou nos relacionamentos, é sinal de alerta.

Em resumo: a compulsão não está no comportamento em si, mas na intensidade, na frequência e no prejuízo que ele traz para sua vida.

Quando a Compulsão se Torna Vício

Podemos imaginar compulsão e vício como uma escala.

  • Compulsão: comportamento repetitivo, geralmente usado para aliviar desconforto emocional, mas que pode ser controlado com tratamento e mudança de hábitos.
  • Vício: envolve dependência. A pessoa sente necessidade intensa de repetir o comportamento e sofre sintomas de abstinência quando não o faz.

No caso do álcool, por exemplo, alguém pode beber compulsivamente em um momento de luto ou após um término de relacionamento, mas ao tratar as causas emocionais, consegue parar. Já no vício, a dependência química torna difícil controlar o consumo — mesmo que a pessoa queira. Nesses casos, muitas vezes é preciso combinar psicoterapia com acompanhamento psiquiátrico e, em alguns casos, medicação.

Como Identificar uma Compulsão

Um bom caminho para identificar uma compulsão é prestar atenção em dois pontos:

  1. Suas emoções – Pergunte-se: estou fazendo isso para sentir prazer ou para aliviar uma angústia?
  2. Os prejuízos – O comportamento está trazendo problemas para minha saúde, meu trabalho, minhas finanças ou meus relacionamentos?

Se a resposta for sim, vale a pena procurar ajuda profissional para investigar e tratar a causa emocional, ao invés de apenas “anestesiar” o problema com aquele comportamento.

O Caso dos Jogos de Azar

Os jogos de apostas são um exemplo atual e preocupante. Eles mexem com o sistema de recompensas do cérebro, funcionando como os famosos experimentos de Skinner, em que ratinhos continuavam apertando uma barra mesmo levando choque, apenas pela expectativa de recompensa.

Hoje, com a influência de redes sociais e influenciadores digitais, muitas pessoas se sentem motivadas a apostar. Quando ganham, compartilham nas redes; quando perdem, se calam — criando a falsa impressão de que todo mundo está lucrando, menos você. Essa percepção aumenta a compulsão e o ciclo de perdas.

Pessoas emocionalmente vulneráveis, com pouco suporte familiar, ansiedade ou depressão, estão mais expostas ao risco. A história de uma paciente ilustra bem: ela começou a apostar por influência das redes sociais, ganhou no início, mas logo passou a perder e comprometer grande parte do salário. Jogava principalmente aos finais de semana, sozinha, como forma de aliviar a solidão e o tédio.

Tratamento é Possível

A boa notícia é: vícios e compulsões têm tratamento.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes, ajudando a identificar gatilhos, desenvolver estratégias de enfrentamento e reconstruir hábitos saudáveis.

Em casos mais graves, o acompanhamento psiquiátrico e o uso de medicação podem ser necessários. O importante é não enfrentar isso sozinho: buscar ajuda é um passo fundamental para recuperar o equilíbrio e a qualidade de vida.


Se você se identificou com esse conteúdo ou acredita que alguém próximo possa estar passando por isso, não hesite em buscar ajuda. Na Clínica Ponte Psi, temos psicólogas especializadas no tratamento de compulsões e vícios, prontas para te ajudar a retomar o controle da sua vida com mais propósito e bem-estar.

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